sábado, 23 de maio de 2009

ALBERTO SPINA NA FEIRA DE ANTIGUIDADES E DESIGN DO MuBE

ALBERTO SPINA Albertospina.arte@gmaail.com


O fato é que o domingo dia 17/05/2009, realmente estava propicio para trabalhar as entrevistas. Não foi muito difícil encontrar alguém que se dispusesse a me conceder tal gentileza. Digo isso, pois devo ao MuBE o serviço de divulgar a feira ao publico. Além de que é muito divertido conversar com o entrevistado, que em nada me exige ao contar sua história, ou sobre sua profissão de antiquário, propostas profissionais e lições de vida.
O publico aficionado do assunto carece de informações sobre como atuam no mercado os profissionais da área e quais suas especialidades.
Alberto Spina, famoso como Betão foi meu pleiteado e que me respondeu as perguntas com imediata gentileza.
Aliás, amigo de muitas décadas, nunca deixou de demonstrar por minha pessoa total admiração e respeito.
De imediato perguntei-lhe sobre seu escritório situado a Alameda Joaquim Eugenio de Lima, já tradicionalíssimo se ainda mantinha o mesmo nome de seu proprietário. Então a todos interessados fica a disposição às portas abertas do Escritório de Alberto Spina e também as mesas da belíssima padaria instalada bem em sua frente onde é inevitável um encontro com outros antiquários para levar adiante aquela conversa atrasada ou trocar informações sobre artes e antiguidades. Vá lá preparado para um bom cafezinho.
Betão nos conta que aos domingos passeava pelas feiras para ver quadros e conhecer mais um pouco sobre seus autores e temas. O tempo foi passando e foi ganhando o hábito. Comecei a viver em função da arte, me afirma seguramente.
Eu era comprador da CESP e era bem remunerado, trabalhava por salário e que não deixava margem para reclamação, mesmo assim, a convivência com os antiquários e o conhecimento que adquiri, mais o gosto pelo assunto, me forçaram e resolvi, fui fazer o que realmente gostava. Transformei-me em um antiquário, isso tudo muito naturalmente.
Saia de meu trabalho e andava pelos Jardins a procura de um ponto, não foi muito difícil, estou no mesmo endereço há quinze anos, é bom argumento para confirmar minha credibilidade no mercado.
No inicio eu trabalhava com os bons artistas da Praça da República, mas o tempo passou e meu negócio foi ganhando mercado; meus clientes se tornando cada vez mais exigentes, o que levou meu negócio a se tornar mais sofisticado.
Hoje disponibilizo meu espaço para artistas, em principio de carreira e comprometidos com o que estão fazendo.
Os Jardins abrigam grandes galerias de arte e a minha tem de servir a alguma atividade que a enobrece. No mês passado, por exemplo, ficou em exposição às obras dos artistas mineiros, especificamente de Tiradentes, todos associados da Oficina de Agosto. Entidade criada pelo antiquário Totti oriundo do Embu em São Paulo e que mudou-se para lá, onde montou a oficina de artes para a população carente do Bairro do Bichinho.
Trabalho de cunho cultural, seriíssimo que provocou o surgimento de bons artistas. Hoje tem o reconhecimento nacional. Afirma Betão.
Perguntei ao Betão se tem uma especialidade, uma determinada área que privilegia ou que conhece melhor.
Comedido e educado me fala que não tem uma especialidade, mas com meu conhecimento eclético, diz Betão, ficou difícil me ater a uma só área, então tanto na hora de comprar ou como vender tudo fica mais complicado. Ademais diante de uma peça especial e que me desperta interesse não poderia deixar de negociá-la por ser especialista em determinado ramo.
Eu estudo o suficiente e pesquiso quando se faz necessário para me informar ou a alguém sobre essa determinada peça. Examino sua beleza e autenticidade, valores intrinsecamente integrados e agregados, que comprovam o seu real e também valor comercial. Eu invisto em livros para obter informações seguras e passar aos meus clientes a segurança de uma avaliação honesta, na hora de me adquirir a obra.
Nesse instante da entrevista, há algum tempo, já estabelecida na mesa da cantina do MuBE, chega e senta-se conosco o Roberto Grecco, me foi ali mesmo apresentado pelo nosso cordial entrevistado, Betão. Ele é o herdeiro da Galeria Império, também no bairro dos Jardins. Antes que lhe perguntasse alguma coisa foi logo afirmando, bem humorado que Betão tem o dom de reunir as pessoas em torno de si, estão sempre a sua volta, seu escritório é um point.
Falamos dos muitos ramos e de seus interesses no meio do antiquariato, também, ouvi a sugestão oferecida, muito oportunamente, por parte do nosso personagem de compor um livro com essa coleção de entrevistas que estou fazendo na Feira de Antiguidades – MuBE, a coordenadora Marleni é que vai adorar a ideia.
Comentei com Betão que nossos leitores são sempre havidos por uma picardia e nessa altura da entrevista querem ouvir uma boa história e quem sabe até curiosa, sobre algum fato que porventura tenha ocorrido em sua vida de antiquário.
Passa em seguida a comentar que um dia uma família o convocou para uma venda, tipo família muda-se, chegando à residência onde tudo deveria ser vendido rapidamente, nota que em uma das paredes do living da mansão havia algumas antigas gravuras emolduradas, que estavam expostas aos interessados por um preço muito convidativo, cem reais cada uma. Comprei de afogadilho, fui pelo instinto, não muito comum em mim, afirma, mas tive de arriscar.
Chegando à loja fui logo analisá-las, com lente, e com auxilio de literatura especializada, para saber mais exatamente o que tinha comprado. Foi quando me surpreendi, pois estava diante de um desenho original do famoso botânico do século XIX, o alemão Von Martius. Era um tema clássico, para nós brasileiros, uma palmeira, índios e canoa na selva. Estava desenhado na vertical. Não deu outra, mandei logo uma foto para a galeria Christies em Londres. Veio prontamente a resposta confirmando a autenticidade do meu achado. No final das contas foi imediatamente e muito bem vendida, graças a Deus.
Esse fato também justifica o que foi anteriormente falado, se não houvesse muito estudo eu nem teria ligado para a peça. Mas a convivência com arte me deixou curioso, me adiantei até a parede onde estavam expostas e acabei comprando. Caso não tivesse o preparo necessário possivelmente eu a teria perdido.
Eu não mantenho um acervo particular de grandes obras de arte, economicamente ainda não me foi viável. É meu desejo fazê-lo, com o tempo que sabe. Alguns quadros que mantenho são muito bons, mas é mais para meu deleite e dos familiares.
Minha esposa gosta de artes ela trabalha com acessórios em bijuterias em sua loja, que tem um nome muito sugestivo, “Cheia de Charme” especializada nesse ramo e instalada na Avenida Cupecê. Ela tem um enorme senso estético, lógico.
Meus dois filhos já demonstram interesse, mas até o momento se dedicam aos estudos, no futuro, quem sabe? Espero vê-los atuando junto de mim, acho que sou como todos os pais.


Líbano Montesanti Calil Atallah


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