MARCO BARROS
(O VIDRINHO)
"AMULÉTUN OF BEAUTY"
Vidrinho? Rapaz! Surpreendi-me, mas depois de confirmar, não tive alternativa, a não ser acreditar, o apelido do Marco Barros, é mesmo Vidrinho. Realmente sui-generis, muito simpático inclusive. Detalhe! Este não quebra, pode até tomar umas raladas num tombo de verdade.
Agora ilustrando a FEIRA DE ANTIGUIDADES – MuBE desde já o antiquário divulga seu futuro Bureau, "AMULÉTUN OF BEAUTY". A loja do Vidrinho especializada em peças de vidro. Pode! ? Logo que começamos a conversar, seu colega Marcos Irussa não perdeu a oportunidade de provocar meu entrevistado: "Ele é um aventureiro, viajou muito tem experiência, tem muita história para contar".
Vidrinho não me poupa, fala muito sem perder a alegria, vamos todos agora acompanhar seus relatos.
Nasci no Rio de Janeiro, mas vim para São Paulo onde fui criado.
Eu aprendi a andar pelo mundo desde garoto, meu pai trabalhava com turismo, tive muita oportunidade, fiz valer essa experiência, comecei a trabalhar com arte aos 22 anos quando conheci Luiz Trípoli, um grande fotografo de modas, ele gostava muito de Decô e Design. Fiquei influenciado.
Continua a contar sua história sem esconder nada, parece ótimo, pois assim teremos uma entrevista bem autentica.
Bom para todos! Naquela época, por volta de 1984, vidrado nos vidros de Murano, nosso Vidrinho, pegou-se nessa onda em New York e Londres e começou a comprar alguma coisa. Bastava a peça ser interessante ele não perdia a oportunidade, comprava. Na Galeria Sothebys, de Londres, nessa mesma época cursou Decorative Art do século XIX E XX. Ali achou as raízes do vidro moderno. Por volta de1995 em Chicago deixou peças realmente importantes na Research Galery, era lá meu ponto de trabalho e contato.
Sou também amigo do escultor Renato Brunello e trabalho com suas peças, tenho até um catálogo de seu acervo para mostrar aos interessados.
De alguns anos para cá, trabalhar com vidro italiano passou a ficar difícil, já não se conseguia encontrar boas peças, então por força das circunstâncias comecei a desenvolver trabalhos em prata e pedras, me transformei em joalheiro afirma, não é joia cara, mas é joia autentica e é arte. Uso material da África, da Índia e da China para minha produção. Acredito que assim faço a diferença, quero apresentar coisas diferentes, sempre há lacuna a se preencher neste mercado. Diz que encontrou influências dessas culturas no modernismo.
Meu trabalho tem a haver com essa tendência, eu quero resgatar um pouco disso e ainda divulgar esse conhecimento, através de minha produção, reitera.
Percebo a importância da arte na história da humanidade, sua criatividade é única, fica tudo documentado nas obras colecionadas e expostas nos museus, toda sua evolução a disposição de quem quiser pesquisar ou apreciar. Na Itália, em Veneza são mil anos de história do vidro, é uma ligação íntima da arte com existência humana. Percebendo isso toda produção artística verdadeira é genial.
Descobri em um sebo, um livro que fala de toda a arte grega, desde os períodos bem antigos, a mais de 3000 anos antes do Cristo. Ao examinar as ilustrações observei na base dos vasos retratados as marcas impressas e suas riquezas de detalhes, coisas lindas e geniais que eternizam o nome de seu autor.
Enquanto conversávamos o Vidrinho ia narrando suas experiências no ramos das artes. Tudo que é feito em artes acaba deixando a gente encantada, de tanto ver coisas lindas acaba-se acreditando, o que se cria artisticamente falando, é realmente divino, o homem pode fazer isso como se fosse benção.
A arte é o melhor do ser humano, quando nos chega noticias ruim, isso é a toda a hora e no mesmo momento que nos deparamos com uma obra importante, tudo fica pleno.
É ilusório tirar conclusões, sobre o que deveria ser o mundo, o artista faz muito isso, o que é belo e importante para um pode não ser para o outro. O dia a dia do mundo já estava ai, o homem pelo poder da grana e da guerra. Esse é o mundo em que chegamos, precisamos examiná-lo e depois achar o caminho para ser feliz.
A arte mostra o caminho sem-fim, de descobertas, de belo e do que é elaborado. A consciência se expande e leva consigo a visão de um mundo rancoroso.
A arte documenta a época de um povo e sua cultura.
Vidrinho afirma ainda que seu acervo é constituído de peças de vidro do século XIX e XX , desde colares que os Venezianos produziam para o mercado africano e vidros tecnicamente bem elaborados, que imitavam e resgatavam os de Roma antiga e Egito. Os designers do século XX trabalhavam junto dos mestres sopradores.
Vidrinho disse que ainda não descobriu a fórmula para fazer seu conhecimento ser eternizado, sabe que os livros, que considera uma coleção muito importante, deverão ir para alguma instituição. Aliás, sem conhecimento nada se pode fazer de honesto, mas se pintar oportunidade vai oferecer aulas sobre o assunto.
Por enquanto é ainda estudante e cedo, mas vai cuidar de tudo no futuro.
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FEIRA DE ANTIGUIDADES - MuBE