SERGIO LONGO
O ARTISTA, O ANTIQUÁRIO E O FILÓSOFO
Eu tenho sempre que começar a escrever as entrevistas falando um pouco do domingo e do MuBE. É lá que estamos trabalhando e muito embora poucos admitam, passamos a semana toda planejando a nossa atuação, na Feira de Antiguidades. Hora estamos visitando os colegas antiquários, as vendas organizadas como Famílias Mudam e Vendem Tudo. Muitos vão aos leilões na esperança de comprarem uma boa peça para fazer sucesso no domingo. Temos que pagar contas, entregarmos peças vendidas, levarmos outras para o interessado experimentar em um canto de sua casa que está monótono. É a semana toda de corre-corre para captarmos alguma obra de arte que valha a pena aos olhos do colecionador e fiel visitante do evento.
Outra coisa que tem sido uma constante são os domingos ensolarados que nos premiam sempre com boa freqüência. Mas este foi duro, gente! Êita 14/06/2009, gelado!
Como sempre fiquei o dia todo observando as pessoas, principalmente os colegas, tentando imaginar quem seria o entrevistado. Foi à conta, no final do dia, como acontecem todos os domingos, no final da feira, chega o meu amigo de já quase trinta anos, nada mais do que o famoso Sergio Longo. O grande artista brasileiro. Desta vez a proposta é falarmos do antiquário, aliás, foi por ai o começo de tudo. Ele vem para ajudar o Junior a recolher as peças, passar alguns momentos em contato com os colegas e lógico conviver com seu enorme filho. Não tem quase nada de Junior, não! Não vamos nos esquecer de sua norinha, que nos prestigia sempre com sua presença simpática.
Muito bem, nós conhecemos o Sergio Longo, desde os idos de 1980, quando todos nós começamos na Feira do MASP, foi lá que começou a ficar conhecido no ramo das artes.
Até aquela época o mercado de antiguidade era restrito a meia dúzia de antiquários, que atuavam em nossa cidade; reinavam solitários. Assim a grande massa da população ficava sem imaginar do que se tratava naqueles ambientes e de seus acervos exclusivíssimos. Em contra partida, mais raros que as peças eram os clientes colecionadores.
O ARTISTA, O ANTIQUÁRIO E O FILÓSOFO
Eu tenho sempre que começar a escrever as entrevistas falando um pouco do domingo e do MuBE. É lá que estamos trabalhando e muito embora poucos admitam, passamos a semana toda planejando a nossa atuação, na Feira de Antiguidades. Hora estamos visitando os colegas antiquários, as vendas organizadas como Famílias Mudam e Vendem Tudo. Muitos vão aos leilões na esperança de comprarem uma boa peça para fazer sucesso no domingo. Temos que pagar contas, entregarmos peças vendidas, levarmos outras para o interessado experimentar em um canto de sua casa que está monótono. É a semana toda de corre-corre para captarmos alguma obra de arte que valha a pena aos olhos do colecionador e fiel visitante do evento.
Outra coisa que tem sido uma constante são os domingos ensolarados que nos premiam sempre com boa freqüência. Mas este foi duro, gente! Êita 14/06/2009, gelado!
Como sempre fiquei o dia todo observando as pessoas, principalmente os colegas, tentando imaginar quem seria o entrevistado. Foi à conta, no final do dia, como acontecem todos os domingos, no final da feira, chega o meu amigo de já quase trinta anos, nada mais do que o famoso Sergio Longo. O grande artista brasileiro. Desta vez a proposta é falarmos do antiquário, aliás, foi por ai o começo de tudo. Ele vem para ajudar o Junior a recolher as peças, passar alguns momentos em contato com os colegas e lógico conviver com seu enorme filho. Não tem quase nada de Junior, não! Não vamos nos esquecer de sua norinha, que nos prestigia sempre com sua presença simpática.
Muito bem, nós conhecemos o Sergio Longo, desde os idos de 1980, quando todos nós começamos na Feira do MASP, foi lá que começou a ficar conhecido no ramo das artes.
Até aquela época o mercado de antiguidade era restrito a meia dúzia de antiquários, que atuavam em nossa cidade; reinavam solitários. Assim a grande massa da população ficava sem imaginar do que se tratava naqueles ambientes e de seus acervos exclusivíssimos. Em contra partida, mais raros que as peças eram os clientes colecionadores.
Então foi assim que as artes e as antiguidades se popularizaram aqui no Brasil, conosco mesmo, pioneiros, corajosos, pois ninguém podia imaginar o que iria acontecer no MASP, em São Paulo. Foi uma revolução.
O Sergio afirma que bem no começo trabalhava mais como um atacadista, comprava muito e vendia muito, os antiquários já o esperavam e quando mal terminava de montar seu stand, que era tão assediado, já por volta das dez horas já não tinha mais nada o que vender.
Naquela mesma época eu comecei a me interessar por pintura européia, na década de noventa, tudo foi muito intenso o nosso ramo ganhou muita força, comprei muita obra boa. Vendia muito também. Sabe? Até hoje me dedico a isso, sempre me interessei muito, comprei tudo que encontrei de literatura, para me informar, li tudo que consegui para oferecer aos meus colecionadores as informações mais precisas na hora de negociar uma obra. Além disso, eu sei instruir as pessoas como devem preservar seus acervos, como descobrir se uma pintura é antiga e original e como não podia deixar de ser, também restauro telas danificas ou envelhecidas.
Tenho me apresentado como palestrante ao publico que nunca me decepcionou, estão sempre muito interessados e curiosos. Fazem muitas perguntas, sempre objetivas as quais tenho sempre que responder com precisão, pois até no Congresso Nacional já proferi palestra sobre artes.
A arte sempre foi algo muito presente em minha vida. Desde minha infância, quando ainda morava em Mauá, la pelos idos de 1950 e 60.
Meu irmão era um oleiro, ceramista muito talentoso e que acabou por me iniciar neste ramo. A arte para mim começou ali.
Naquela época o artista Fúlvio Penacchi, levava seus trabalhos para coser conosco. Nosso forno era um dos melhores que existia na época. Era da Cerâmica Cerqueira Leite. Minha intimidade com as artes foi conseqüência dessa época. Tinha carinho pelo que fazia. Tanto que com a inauguração da Feira do MASP eu me profissionalizei.
Recebi logo depois um convite do senhor Luiz Almeida, na época também antiquário, para ministrar aulas aos antiquários e colecionadores, através a Associação de Antiquários do Estado de São Paulo, que buscava oferecer aos sócios conhecimentos sobre as artes, no intento, de juntos evoluirmos e ganharmos mais credibilidade. Olha! Deu tudo certo. O ramo se expandiu muito. Disseminou-se por todas as classes sociais. O bom é que muitas peças boas que iriam para os desmanches hoje estão nos museus e em acervos bem preservados.
Essas aulas foram para mim muito gratificantes, eu aprendi muito com os meus alunos, eles me traziam dilemas que eu para responder tinha que pesquisar, eu estudava para poder dar uma resposta segura. Isso me dava muito prazer. Na verdade trabalhávamos juntos.
Até hoje está muito presente em minha vida. No MASP aprendi conceitos e soluções que aplico em tudo que faço, mesmo enquanto produzo meus trabalhos.
Foi ao abrir a Galeria de artes em uma loja na Avenida Paulista, no Edifício Conde Andréa Matarazzo, que começou um núcleo de artistas e junto de outras galerias e antiquários, com eventos diversos, com exposições, com livreiros e que atraiu para lá muitos colecionadores que formaram o primeiro centro de artes do Brasil. Só que com a evolução do ramo, pelos Jardins; acabou-se levar-nos todos a migrarmos para suas ruas mais ao alcance dos freqüentadores.
Eu mudei para a Rua Estados Unidos, esquina com a Alameda Gabriel Monteiro da Silva. Criei uma grande Galeria, com anexos para molduraria, material de pintura e artes plásticas, atelier para aulas de artes e espaço para exposição e atendimento ao publico.
Foi por iniciativa minha que junto de outros mestres, surgiu o movimento artístico, que mais tarde se transformaria no Grupo Sergio Longo. Nós abrimos uma franquia com lojas em Jundiaí, Alphaville, São José do Rio Preto, Brasília, etc. Muitos artistas que atuavam conosco hoje continuam com sucesso, como por exemplo, podemos citar: Paulo Yamazaki, Severino Ramos, Ricardo Skolymowsk, Fábio Elluf, Michel D’Ângelo, Luciano Angelini e muitos outros grandes autores e mestres da arte paulista. Foram mais de três mil alunos que participaram, aprenderam e evoluíram conosco. Deles muitos são desconhecidos aqui no Brasil, porque resolveram atuar no exterior.
Comecei a pintar em 1973, quando nasceu meu filho Sergio Longo Junior. Só que com mais afinco, foi depois que comecei a pintar com Costa Junior, outro grande mestre brasileiro. Foi com essa sociedade que surgiu o projeto para oferecermos aulas de pintura e orientação artística. Assim que resolvi mais tarde partir definitivamente para uma carreira individual, desenvolvendo uma linguagem abstrata.
Quero falar do trabalho que desenvolvemos no Shopping Iguatemi.
Na Feira de Antiguidades e Artes Plásticas do Shopping Iguatemi. Foi lá que desenvolvemos, eu e meu grupo um trabalho de altíssimo nível artístico, cultural e também social, porque não dizer?
Ofereceram-nos um espaço privilegiado junto da feira onde organizávamos um grande work shopping, oferecíamos as aulas, com orientação artística, todo o material, no final do trabalho, os participantes, em sua grande maioria crianças e adolescentes, recebiam o certificado de participação e a medalha, podiam ser de ouro, prata e bronze. Tinha muito significado para todos, pois desenvolvia o interesse, o estimulo e o pensar artístico. Criação artística e observação cultural são primordiais para nossas crianças, eles gostam e se interessam muito, mas falta um pouco de investimento nessas atividades.
Esse nosso trabalho foi extremamente marcante para o grupo de artistas que me acompanhavam também para os pais que participavam junto de seus filhos, entusiasmados com a possibilidade de ver seus rebentos transformarem-se em artistas.
Sergio Longo se emociona durante a entrevista ao lembrar que depois de dezessete anos, enquanto conta que encontra com seus antigos pupilos, participantes, ou os pais que narram sobre a vida de seus filhos, hoje cheios de orgulho, com o sucesso que alcançaram. Muitos no exterior, com grandes responsabilidades e compromissos. Relembram os momentos que tiveram seus primeiros contatos com a arte.
Vou contar um caso curioso, escreve aí! Sergio conta com tanto apego as suas memórias, que não quer que eu esqueça de escrever nada, vai quase que ditando a entrevista: Há pouco tempo, uma senhora de Campinas, me procurou, sabendo que eu estava em Americana para uma exposição, indagando-me sobre a possibilidade de retirar uma medalha que sua filha deveria receber naquele tempo, nas atividades no Shopping Iguatemi e que na época não foi buscar. Tudo que ela sempre quis foi ostentar aquela medalha, que ganhou quando criança, ela, sua filha se vangloriou a vida inteira de ter ganhado essa medalha, mas que na época, por qualquer motivo, não pode receber. Hoje com sua família constituída, gostaria de mostrar a eles, aos filhos, aquela preciosa medalha. Pensou em ser artista toda sua vida. Hoje apenas cuida da família.
Eu me desdobrei, eu ainda tinha guardado algumas dessas medalhas. Vim a São Paulo buscar uma delas e a entreguei a aquela senhora de Campinas. É de emocionar qualquer um! Imagina o sentimento dela ao ver que seu passado e esperança, não foram em vão.
Sergio Longo é um pai cuidadoso, conta também que no decorrer de sua atuação com Galerista e artista conseguiu guardar algumas boas peças para seu deleite e de sua família. São peças que de alguma forma me tocaram, muitas com algum valor financeiro, mas estético e sentimental também.
Sobre meu patrimônio posso garantir que o mais importante é o conhecimento que adquiri e a confiabilidade que meus pares me consignam. No mercado das artes e antiguidades isso é o principal. Aos meus filhos estou deixando tudo isso mais a capacidade de consolidar-se nesta bela atividade de mercador de artes.
Eu me restringi a apenas a criar minhas obras, ainda com o tema das horas, fundamentadas em minha filosofia de vida, exercendo de maneira pictórica os meus sonhos... Meus anseios e minha grande busca pela beleza do ser e do belo artístico.
Líbano Montesanti Calil Atallah
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