segunda-feira, 3 de agosto de 2009

MIGUEL SALLES FILHO - TV ARTPONTO




na foto acima:
Ana Maria Souza Lima e
Miguel Salles



"MIGUEL SALLES FILHO “O SÓCIO DA PRINCESA"

contato@atelierprincesa.com.br

www.miguelsalles.com.br

Alameda Gabriel Monteiro da Silva. 1935
Jardim paulistano –cep:01441-001
Fone:3063-5404
Atelier Princesa e associados LTDA

Att:Miguel Salles Filho.


Ao que nos parece, todos os nossos entrevistados, são pessoas de altíssimo nível e ainda muito pacientes. Nossas conversas demoram bastante, mas é sempre pelos nossos leitores que a cada dia mais, interessam-se pelas informações que oferecemos através de nossas matérias. 

Acessem-nas em nosso 
Departamento 
"FEIRA DE ANTIGUIDADES E DESIGN DO MuBE"
dentro da www.artponto.com. 
Temos como principal objetivo atender as solicitações da coordenadora, deste evento, Marleni. Desejosa de oferecer aos expositores a importância de que são realmente merecedores.
É a intenção de tornar o mesmo expositor conhecido pelo publico aficionado.


O fato é que por falta de informação muitas peças de real valor acabam nos ferros velhos da vida exatamente pela ignorância de seus proprietários.
Sabendo desse fenômeno, apresentar os profissionais desta área às pessoas que anseiam por alguma informação, é nosso objetivo. Elas precisam saber a quem vão oferecer e muitas vezes, "o que".


Trata-se de um trabalho de efeito pratico.


Estamos divulgando nossos entrevistados e suas especialidades ao publico conhecedor e também a todas as pessoas que precisam de informações, sobre antiguidades e antiquários, eventualmente.


Neste domingo de 26/07/2009 deu-nos o prazer dessa entrevista, nada mais, nada menos que o famoso Miguel Salles Filho. Desde 1915 tem seu nome cravado neste ramo tão sui-generis e com muito conceito.


Conta-nos logo de inicio que seu pai começou no Pelourinho, em Salvador. Naquela época pegou um modismo, uma febre, onde as pessoas procuravam tudo que se relacionava com cinema, para colecionar. Então seu pai recolhia películas de filmes, cartazes, e oferecia aos mesmos interessados. O material era bem farto, mas o número de interessados também. Nessa mesma época, com esse trabalho observava o vai e vem de pessoas que circulavam, entrando e saindo da Caixa com o objetivo de penhorar peças de joalheria. Passou a relacionar-se com os mais experientes, os seniores, desta atividade e assim foi entrando no ramo gradativamente. De inicio era pequeno comerciante de joias. Era ainda adolescente. Não tardou, tornara-se viajante. Em lombo de burro seguia pelos sertões do Brasil ou viajava de navio. Era freqüente sua ida ao Maranhão. De la ele trazia muita peça e de vários gêneros, inclusive antiguidades e artes, além de joias, naturalmente. Tudo vinha para Salvador, onde já tinha uma loja. O Maranhão era celeiro de muita riqueza, é sabido por todo brasileiro bem informado que as famílias de lá viviam muito bem. Senhor Miguel Salles Filho conta-nos que certa vez seu pai entrou em desses casarões que estava lotado de vitrines que expunham centenas de moedas de ouro e prata, brasileiras, era uma grande coleção, deixa-nos frisado, que o valor da coleção, tanto histórico como material, era incomensurável. Comprou tudo e trouxe para Salvador para expor e vender. Era por volta de 1929. Foi uma época de muita crise. Estava difícil sobreviver. Já havia quatorze anos que mantinha seu negocio. Instalado, como antiquário no próprio Largo do Pelourinho, já tinha sacramentado seu nome no difícil ramo e devidamente instalado. Estava muito conhecido e todos confiavam em seu trabalho. Meu pai, Miguel Salles tornou-se o curador da família Guinle. Por muitos anos peças importantes foram captadas para a mesma coleção. Posteriormente, ele passou a ajudar a formação do acervo da coleção de Dr. Carlos Costa Pinto, muito das peças desta coleção foram conquistas de Miguel Salles. Atuou junto deste acervo, até que o transformaram no Museu Costa Pinto. Salvador, hoje é referencia em ourivesaria brasileira. Justamente consequência de um trabalho muito árduo de meu pai. É tradicionalíssimo esse acervo e muito importante. Não foi com menos ímpeto que meu pai, já em Petrópolis, continuou em seu ramo. Mantinha o mesmo ritmo e performance de antiquário dedicado. Passou a atuar junto do Museu de Petrópolis, na mesma função.



Captando peças. Mas fazia intercâmbio com outros Museus. Era trivial; naquela época, coisas que tinha no acervo em grande número podiam ser barganhadas por outras peças que deveriam compor o mesmo acervo completando-o. Meu pai assessorava com seu conhecimento na composição deste Museu Nacional. Posso agora entrar nessa história: Eu nasci bem no meio desta turbulência toda, era tudo muito cultural, mas lá estava eu, entrava e saia caminhão o dia todo, à noite também. Eu cresci  assim correndo para todo canto. Meu negocio era riscar numa guitarra, meu cabelo era minha aparência, o rock minha filosofia e não dava outra. Era duro largar tudo para estudar e ainda ajudar meu pai, eu tive que aprender a gostar deste ramo. Era adolescente. Ele me levava a cada lugar estranho pra caramba. Que chatice! Tinha que viajar para Salvador eu ia dirigindo, ficava tudo parado aqui. O tempo foi passando e eu fui ganhando gosto pelas artes e antiguidades. Eu estudei Economia e Administração de Empresas. Fui executivo no mercado de capitais. Fui diretor da Comissão de Valores Mobiliários. Fui sócio da SLM & Lopes Filho Assessoria de Mercado de Capitais. Mas destino existe e aqui estou eu, antiquário e porque gosto. Trabalho com ourivesaria, mobiliário, numismática, imaginária e um pouquinho de tudo. Mas tenho dificuldade com tapeçaria, e com Arte Contemporânea. Dou-me bem com Pintura Européia dos séculos XVII e XVIII. Atuo como sócio da Princesa Cristina de Bourbon de Orleans e Bragança em um antiquário, chama-se "Atelier da Princesa", aqui em São Paulo. Instalado na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1935. Tenho um acervo próprio, mas vendo, reagindo, não acho muito ético competir com o publico, preciso me desvencilhar deste tipo de pensamento. É concorrência desleal com nossa clientela. Prefiro direcionar minhas peças mais importantes para coleções responsáveis e definitivas, não vou guardá-las. Talvez não deixe acervo com meu nome. Mas nesse ramo tudo é imprevisível, então tudo é assim. Quem sabe! Meu filho trabalha com informática, minha filha com modas e desfiles; tem seu próprio atelier. É ótima profissional.


Talvez eu consiga sensibilizá-los para a arte! O tempo dirá! 


LÍBANO MONTESANTI CALIL ATALLAH
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