EXPEDIÇÃO DA USP
Ao
Parque do Imeri na Serra do Japi
Vídeo produzido pelo Jornal da USP,
comunicado ao nosso Jornalismo pelo querido amigo e coordenador da viagem, Dr.
Miguel Trefaut Rodrigues Professor da USP, ele nos mostra como foi a primeira
expedição científica à Serra do Imeri, uma cadeia intocada de montanhas no
norte da Amazônia brasileira, próximo à fronteira com a Venezuela, nunca antes
visitada por pesquisadores. Liderada pela Universidade de São Paulo, em parceria
com o Exército Brasileiro, a expedição resultou na descoberta de várias
espécies inéditas da fauna e flora amazônica.
O Parque Nacional do Pico da Neblina e a
Terra Indígena Yanoman, foi acessado por esta equipe, com a autorização do
ICMBio, da FUNAI e das lideranças do Povo Yanomami um dos
Parques Nacionais mais importantes e deslumbrantes que existe em todo o mundo,
e pelo qual se muito lutou para homologa-lo para agora proteger e divulga-lo
também.
Os cientistas impermeavam pelas trilhas nos mais
diversos períodos de dia e de noite, estas viagens por entorno na região selecionada levavam
muitas horas de assídua e incessante coleta de exemplares. Eles estavam à
procura de animais e vegetais que lhes serviriam nas mais diversas pesquisas,
aliás muitos destes exemplares, a humanidade jamais pensou que existisse e que
poderia um dia ter a chance se examiná-los à exaustão a fim de descobrirem as
mais diversas utilidades até mesmo para remédios. Lembramos que sempre
estiveram assegurados pelos soldados altamente treinados.
As paisagens deslumbrantes eram de tirar o
folego, era assim que membros da equipe se referiam ao lugar, quando já as seis
horas da manhã partiam para as trilhas. Narravam que estar sobre a Amazônia
alta era um incrível privilégio. As biólogas explicam que as muitas espécies de
vegetais são praticamente inéditas aos olhos humanos além de serem
completamente diferentes por estarem a mais de mil e oitocentos metros de
altitude, realmente só poderiam sobreviver e serem encontrados naquela região
com toda uma imensa diversidade de plantas.
Eles, da equipe do Professor Luiz Silveira do
Museu de Zoologia da USP, narram as dificuldades de acessarem uma área de aves,
com barranqueiras, áreas de lama muito íngremes, sugerem que todo cuidado seja
pouco, mas seguiram na empreitada, com coragem, lógico, complementavam dizendo que aquela área tinha muita semelhança com
a Serra do Mar, com flora e fauna parecidas, mas com um exemplar nas mãos,
colhido em circunstâncias atípicas, salientaram que grande parte destas aves,
ali encontradas só cantam ali, além de serem bem menos frequentes e que não há probabilidade
de se encontrar estas mesmas espécies na Amazônia baixa, também afirmam que a
região, aparentemente falando, é bem diferente daquilo que acostumamos imaginar
como a floresta e que é bem mais extensa e que ocupa grandes extensões de
diversos estados brasileiros.
O professor Percequillo, preocupadíssimo
salienta que temos perdido muito mais espécies antes mesmo de podermos
descrevê-las, os mamíferos, segundo ele tem taxas de extinção, mas outros organismos como anfíbios artrópodes estão muito mais expostos, e que a necessidade de
descrevê-los e nomeá-los é urgente urgentíssimo, precisamos sim de um plano
nacional para isso, aliás é por esse motivo que ali estão. Essas espécies endêmicas
somente poderão serem encontradas por ali tem que estarem cadastradas o quanto
antes. Amostras de tecido e de sangue são coletadas para análises genéticas e
parasitológicas imprescindíveis e quem sabe já um pouco tarde se considerarmos
aquelas que não existem mais. Interessante, também é notarmos que em relação à
tolerância térmica, as quais os animais estão submetidos, qual será a sua tolerância,
poderão eles assim avaliar os prejuízos causados pelo aquecimento global.
Fica claro que a maior parte das coletas são
de espécies totalmente inéditas para os olhos da ciência. O Dr. Miguel Trefaut
salienta que um indivíduo pode ser um único testemunho da sua presença no
espaço e no tempo e que armazena um gigantesco arquivo de dados importantíssimos para o conhecimento e existência humana, que nele está toda a sua própria
história, de seu ambiente incluindo o clima a vegetação e de seus parceiros
viventes, as suas gerações antecedentes, a sua própria a as vindouras, estas
então nem se fala, dependem dos estudos destes cientistas e da preservação
daquele ambiente. Então, afirma o professor que a partir do momento que tudo
isso for decodificado, uma riqueza absurda estará sendo legada a humanidade. Este
é o verdadeiro tesouro e que temos que preservar nossa biodiversidade muito
rapidamente, quem sabe a supressão dos desmatamentos seja realmente homologada
e instalada porque esse patrimônio ambiental é a nossa casa para o futuro eterno.
Toda a logística da expedição histórica foi
realizada com enorme presteza pelo nosso exército brasileiro. Em 18 de novembro
os cientistas voltaram para São Paulo, toda a infraestrutura, pertencente aos
militares também foi removida.
Líbano Montesanti Calil Atallah